Rastreamento do Câncer de Pulmão com Tomografia: Quando é indicado?

Você sabia que a tomografia (TC) de tórax pode ser indicada para o rastreamento do câncer de pulmão? Isso mesmo! Mas não são todos os pacientes que possuem a indicação e benefício em realizar o exame com esta finalidade… Vamos falar um pouco sobre este assunto…

Infelizmente, o câncer de pulmão é o câncer que mais mata homens e mulheres e estimam-se cerca de 1,6 milhões de mortes por ano no mundo devido à doença. Mas, sabemos também que o diagnóstico do câncer de pulmão estabelecido ainda em estágio inicial (tumores menores e localizados) se correlaciona com o aumento da sobrevida do paciente.

Alguns estudos avaliaram o papel da TC de tórax de baixa dosagem (com doses menores de radiação) para o rastreamento (detecção precoce) deste câncer e conseguiram detectar uma redução na mortalidade em grupos específicos de pacientes (os dois principais estudos são denominados pelas siglas NLST e NELSON)

Baseando-se nesses dados, algumas sociedades recomendam o exame. As indicações podem variar um pouco, mas de forma geral os pacientes que se beneficiam do rastreamento são:

• Pacientes entre 55 e 80 anos;
• Pacientes que estejam em bom estado geral;
• Pacientes que tenham carga tabágica de 30 maços/ano ou mais;
• Pacientes que estejam fumando ou que tenham parado de fumar nos últimos 15 anos.

Obs.: A carga tabágica é um cálculo que fazemos de acordo com a quantidade de cigarro e tempo que o paciente fumou. 30 maços/ano corresponderia, por exemplo, ao consumo de uma carteira de cigarro por dia durante 30 anos.

Vale lembrar que o rastreamento é anual, exige uma equipe multidisciplinar para avaliar os casos e um exame alterado pode desencadear a necessidade de procedimentos invasivos que não são isentos de riscos (biópsias, cirurgias).

E ATENÇÃO! Mesmo com o rastreamento, a maior redução na mortalidade por câncer de pulmão advém da cessação do tabagismo, por isso todos os pacientes tabagistas devem ser encorajados a parar de fumar, SEMPRE!